Por Jeffrey T. Lewis
SÃO PAULO – O consultor da indústria petrolífera brasileira Adriano Pires desistiu de assumir o cargo de diretor-presidente da petrolífera estatal Petróleo Brasileiro SA apenas uma semana depois que o governo brasileiro o nomeou para o cargo.
Em carta divulgada na noite de segunda-feira pelo governo, dirigida ao ministro brasileiro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Sr. Pires disse que teve que recusar o emprego na Petrobras porque não teria tempo de se desvincular da consultoria que fundou há 20 anos, o Centro Brasileiro de Infraestrutura.
O governo em 28 de março anunciou que havia nomeado o Sr. Pires para suceder o atual presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, mudança que estava prevista para ocorrer após votação do conselho da Petrobras em 13 de abril.
“Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultoria” com o cargo de CEO da Petrobras, disse ele na carta.
“Iniciei imediatamente o procedimento para me desconectar do Centro Brasileiro de Infraestrutura… Durante o processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo”, disse.
Antes da mudança ser anunciada, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro havia criticado fortemente o Sr. Silva e Luna, um general do exército brasileiro que ocupa o posto mais alto da petroleira desde fevereiro do ano passado, por aumentar acentuadamente os preços dos combustíveis em março, após os preços mais altos do petróleo.
A política de preços da empresa estatal tem sido um ponto sensível para o governo há anos. Enquanto Dilma Rousseff era a presidente do Brasil, a empresa foi forçada a manter os preços da gasolina e do diesel artificialmente baixos como parte de um esforço para manter a inflação sob controle, custando à empresa bilhões de dólares em receita.
Senhor. Silva e Luna no ano passado sucederam o respeitado veterano da indústria Roberto Castello Branco como CEO da Petrobras depois que o Sr. Castello Branco irritou o Sr. Bolsonaro aumentando os preços dos combustíveis.
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