O regulador brasileiro de telecomunicações Anatel projeta um aumento de novas estações rádio-base ou antenas celulares de até 58.486 entre 2021 e 2029, um período que verá a implantação das redes 5G.
A projeção faz parte de um estudo de amplo espectro divulgado pela agência com foco no leilão 5G de novembro passado e nos blocos de radiofrequência atualmente em uso pelas operadoras móveis.
Em dezembro, segundo a Anatel, havia 96.414 antenas licenciadas no país. A Conexis Brasil Digital, associação do setor que representa as principais operadoras de telecomunicações, chegou a 96.567 no final de fevereiro.
A Anatel ressalta que os números de 2021 representam uma queda em relação aos anos anteriores devido à aquisição da Nextel pela Claro em 2019.
O watchdog considerou dois cenários 5G pós-leilão, um em que os vencedores da licitação compartilham todas as antenas 5G e um segundo em que cada provedor instala suas próprias antenas.
Com base nessas premissas, a Anatel projeta que até 2029 o Brasil terá entre 121.800 e 154.900 estações rádio-base para telefonia móvel.
PRINCIPAIS DETENTORES DE ESPECTRO
Segundo análise da Anatel, Claro e Telefônica Brasil foram as operadoras que mais obtiveram espectro em 2020 e 2021.
Antes do leilão 5G, a Claro tinha a maior quantidade de bandas de radiofrequência licenciadas em base primária (uso do espectro principal, basicamente varejo), totalizando 214MHz de largura de banda.
No espectro secundário (atacado e destinado a redes privadas, por exemplo), a Telefônica Brasil liderou com 220MHz.
Entre as operadoras não nacionais, a Algar Telecom, que atua em algumas áreas dos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, teve a maior largura de banda concedida em 90MHz, segundo a Anatel.
Após o leilão do 5G, a Algar atingiu 1.210MHz de largura de banda total em base primária, com a aquisição de 1.120MHz no leilão (40MHz na banda de 2,3GHz, 80MHz na banda de 3,5GHz e 1GHz na banda de 26GHz), tornando-se o operadora com maior largura de banda, de acordo com o estudo.
Todas as bandas compradas durante o leilão são primárias.
A faixa de espectro com maior número de radiofrequências concedida para telefonia móvel em caráter primário, antes do leilão de 5G, era a faixa de 1,8 GHz, com 150 MHz.
Com as novas faixas de espectro, aquela com maior largura de banda autorizada passa a ser 26GHz, com 2.200MHz concedidos às operadoras.
Em uma base secundária, o maior bloco de banda de espectro se torna a banda de 2,5 GHz, com 130 MHz designados para uso.
Segundo a Anatel, do total de antenas em operação no país no final do ano passado, 65.971 eram para a faixa de 1,8GHz, seguida da faixa de 2,5GHz (55.215 antenas) e de 2,1GHz (53.180).
“Profissional da web certificado. Pensador. Especialista em viagens premiado. Desordeiro freelance.”