O jornalista britânico Dom Phillips foi sepultado no Brasil, exatamente três semanas depois de ter sido morto a tiros enquanto viajava pela Amazônia com o especialista indígena Bruno Pereira.
Pereira e Phillips, um colaborador de longa data do Guardian, desapareceram enquanto viajavam no rio Itaquaí no domingo, 5 de junho.
Seus assassinatos provocaram indignação internacional e destacaram o ataque histórico às comunidades indígenas e ao meio ambiente que se desenrolou sob o presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro.
Os corpos dos homens foram recuperados da floresta tropical em 15 de junho, depois que um pescador local confessou seus assassinatos, e voltaram para suas famílias na quinta-feira.
Dezenas de pessoas se reuniram em um cemitério em Niterói, uma cidade perto do Rio de Janeiro, no domingo para prestar homenagem a Phillips, 57, que passou os últimos 15 anos relatando sua casa adotiva na América do Sul.
“Ele foi morto porque tentou contar ao mundo o que estava acontecendo com a floresta tropical e seus habitantes”, disse sua irmã, Sian Phillips, a repórteres e câmeras de TV reunidas do lado de fora da capela em que seu caixão foi colocado, coberto com a bandeira brasileira e sindical. bandeiras.
“Sua missão colidiu com os interesses de indivíduos que estão determinados a explorar a floresta amazônica, independentemente do impacto destrutivo de suas atividades ilegais”.
Ela disse que a família e os amigos do jornalista assassinado estavam “comprometidos em continuar esse trabalho mesmo neste momento de tragédia”. “A história deve ser contada”, acrescentou ela sob aplausos.
A esposa de Phillips, Alessandra Sampaio, prestou homenagem aos indígenas sobre os quais seu marido estava escrevendo quando foi morto e que liderou a busca de 10 dias pelos dois homens.
Sampaio pediu aos enlutados que celebrem o “enorme coração” de Phillips e seu amor pela humanidade. “Vamos redobrar nossa luta para que outras famílias de outros jornalistas e defensores do meio ambiente não tenham que enfrentar nossa dor e a da família de Bruno Pereira”, disse Sampaio.
A editora-chefe do The Guardian, Katharine Viner, disse: “Dom Phillips era um jornalista corajoso e apaixonado que morreu fazendo uma coisa que amava – procurando e expondo irregularidades.
“Seu profundo cuidado com o Brasil, sua terra e seu povo brilhou poderosamente em seu jornalismo perspicaz para o Guardian e muitas outras publicações. Sua memória viverá por muito tempo, e as reportagens que ele fez serão continuadas por colegas e amigos.”
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