Um dos principais jornais do Brasil foi forçado a uma retratação mortificante depois de anunciar inadvertidamente a morte da rainha Elizabeth “com a idade de XX”.
A Folha de São Paulo noticiou incorretamente o A morte da monarca britânica em seu site por volta do meio-dia de segunda-feira, dizendo a milhões de leitores sul-americanos que ela havia morrido “como resultado de XXXXXXXX”.
“Elizabeth entrará para a história como a soberana britânica com o reinado mais longo”, disse o jornal em sua homenagem de 1.300 palavras a uma mulher que permaneceu muito viva.
Percebendo seu erro real, a Folha apagou seu obituário prematuro e culpou o “erro técnico”.
“É prática normal no jornalismo preparar reportagens sobre situações possíveis e/ou prováveis, como a morte de líderes mundiais, celebridades e figuras públicas. A Folha lamenta o erro”, o jornal disse.
Isso, porém, não foi suficiente para evitar uma enxurrada de ridicularização online sobre o elogio prematuro ao soberano, cujo último visita oficial ao Brasil veio em 1968. “Deus salve a Folha”, tuitou um leitor.
Referindo-se à afirmação de que o monarca faleceu “idade XX”, o comediante e ator Gregorio Duvivier zombou: “Que fofo a Folha não quer revelar a idade da Rainha quando morreu.”
Outros questionaram a decisão de ilustrar o artigo com uma fotografia em que a rainha parecia estar rindo de sua própria morte.
Grande parte das zombarias veio de apoiadores do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, um populista de direita que ataca a mídia e que frequentemente ataca a Folha, assim como seu ícone político, Donald Trump, ataca a CNN.
Os bolsonaristas aproveitaram o deslize como mais uma prova de que o jornal – um crítico frequente do líder radical brasileiro – era uma fonte de desinformação de esquerda. “Folha, você é uma verdadeira fábrica de fake news, afirmando que Little Lizzy morreu”, tuitou um deles ao lado de um gif de Trump declarando: “Fake News!”
Oduwaldo Calixto, ativista conservador do partido Liberal de Bolsonaro, brincou: “A Folha de São Paulo tentou matar a Rainha da Inglaterra para ver se as pessoas compravam. Se tivessem, com certeza tentaram matar o presidente Bolsonaro também.”
“O Brasil um dia voltará a ter jornalistas de verdade?” perguntou Calixto, cujos seguidores ridicularizam a Folha supostamente comunista como a “Foice de São Paulo”.
Os próprios jornalistas foram muito mais indulgentes, entendendo que o erro da Folha poderia facilmente ter acontecido com eles também.
“Pesadelo do jornal: publicar acidentalmente o óbito de alguém. Neste caso, a rainha Elizabeth. Eek”Twittou David Biller, diretor de notícias brasileiro da Associated Press.
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